domingo, 18 de julho de 2010

Primeiras Impressões: Kinect



Há pouco mais de um ano, a Microsoft apresentou o Project Natal  durante sua coletiva na E3. O ousado projeto da empresa arrancou aplausos de grande parte da imprensa, além dos próprios gamers. Porém, após a E3, o periférico foi pouco comentado pela Microsoft, que se limitava apenas em dizer que o equipamento modificaria a forma com que as pessoas viam, sentiam e jogavam games. 

Somente durante a E3 deste ano, ocorrida no mês de junho, a empresa voltou a direcionar todas as luzes ao revolucionário acessório. Com uma apresentação extravagante, e contando inclusive com a participação do Circo de Soleil, a Microsoft mostrou ao mundo o Kinect, novo nome do até então Project Natal. A campanha de marketing da empresa foi pesada. Seu foco era mostrar que o periférico estava um passo a frente de qualquer outra tecnologia, estabelecendo novos paradigmas e tornando as outras formas de jogabilidade obsoletas.


Mas mesmo com todo o investimento e confiança da Microsoft em seu novo produto, a recepção do público foi um pouco fria. Isso se deu parte pelo foco extremamente casual da line-up apresentada, parte pelo atraso na resposta do equipamento aos movimentos do jogador. Além disso, havia um certo ceticismo por parte do público em relação a um acessório que não necessita que nada seja segurando durante o jogo, devido à possibilidade de não haver muita firmeza nos movimentos feitos sem algum periférico para servir de referência.

Este mês está ocorrendo o Festival do Japão em São Paulo. Se trata de uma exposição que abrange a cultura japonesa em suas diversas peculiaridades, sem deixar de lado seus pontos em comum com a cultura ocidental. Em um pequeno espaço próximo à saída do Festival estava localizado o estande da Hudson Soft, softhouse japonesa responsável pela consagrada série Bomberman. O stand foi montado para demonstrar sua série Deca Sports, que é visivelmente inspirada por Wii Sports. 

No espaço limitado mas bem aproveitado da produtora estavam dois Wii, embora a atração principal fosse claramente o Xbox 360 (já em sua recém lançada versão Slim) e o tão cobiçado Kinect. O game disponível era Deca Sports Freedom, exclusivo para o console. Como era de se esperar na primeira demonstração do acessório no Brasil, a curiosidade do público era grande, gerando uma longa espera para um teste de pouco menos de dez minutos. Depois de enfrentar por uma hora e meia a mal organizada fila do stand, pude finalmente testar o equipamento.


Infelizmente, posso resumir a experiência com apenas uma palavra: decepção.


A demonstração disponibilizava algumas das modalidades, como tênis, skate e arco e flecha. Em teoria o jogador poderia escolher qual delas gostaria de jogar, porém curiosamente as demonstradoras insistiam que as pessoas jogassem apenas a modalidade arco e flecha. Talvez tal insistência tenha se dado ao fato de que ao escolher qualquer outra modalidade, o console passava a apresentar diversos bugs, como a presença de artefatos na tela que forçavam o reinício do equipamento. Mas quem sou eu para deduzir isso?


Artísticamente, o game apresentava um visual bem próximo ao de Wii Sports Resort, inclusive com diversas semelhanças de interface, como a substituição dos Miis pelos avatares do console da Microsoft . Contraditório pensar que há dois anos a Microsoft criticava tanto o estilo simples e jovial adotado pela Nintendo em seus jogos, garantindo que só no Xbox os jogadores poderiam experimentar games mais sofisticados e adultos.


A experiência com o equipamento foi interessante, porém cheia de problemas. O primeiro movimento (de levantar o arco e preparar a flecha) é bem natural, e não há um estranhamento quanto a não se segurar nada para a sua realização. Nesse sentido, só havia um grande problema: o movimento deveria ser feito estando de lado para a tela (insisti às demonstradoras que o equipamento poderia estar mal calibrado, porém elas diziam que nada estava errado). Ou seja, eu não tive que mirar diretamente para a tela para atirar a flecha. Estranho, no mínimo.


A partir do momento em que me acostumei com a posição em que deveria ficar, mirar no alvo também foi bem fácil, mas surgiu outro problema: soltar a flecha. O movimento não é nada natural, pois é necessário movimentar a mão que “segura” a flecha muito rapidamente para trás.


Na primeira vez em que joguei (executei cinco lançamentos) tive que tentar mais de quatro vezes, todas sem sucesso. Quando finalmente consegui, a flecha foi na direção em que eu estava mirando, porém a falha do game em reconhecer o movimento acabou tirando fluidez do jogo, que deveria ser rápido (mesmo porque ao se demorar muito para atirar, uma contagem regressiva aparecia na tela).


Mesmo com esses problemas, fica a impressão de que se bem aproveitada, a tecnologia pode trazer aos jogadores experiências bem gratificantes. A proposta de movimentar o corpo e isso influenciar diretamente na ação da tela é, no fim das contas, muito interessante.


Apesar de não tão bem executada na demonstração (ainda prefiro aceitar a hipótese de que o equipamento estava mal calibrado), foi possível sentir um pouco do que esta tecnologia pode trazer de novo ao mundo dos games. Além disso, o nível de interação que o acessório proporciona é muito alto. Uma opinião sólida sobre o periférico ainda não pode ser formada, já que foi uma demonstração curta e com diversos problemas técnicos que podem não refletir a qualidade do produto final. O que posso concluir por enquanto é que a idéia por trás do Kinect é muito boa, mas carece de diversos ajustes para que a promessa inicial da Microsoft seja cumprida. 


2 comentários:

  1. Pois é, projeto natal já era.

    Agora é Mass Effect. Já estou no 2 e adorando!

    E terinei o Assassin`s 2 também, muito bom.

    A minha internet tá tensa de usar aqui, não devo aparecer muito mais.
    Estou com uns planos, depois te conto.

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